quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Observatório

No meu observatório, é tudo que tenho
No meu observatório tenho capacidades
Que insistem em ficar apenas lá
Tudo consigo, lá estou

Me intrometo na vida alheia, quieto
Meus olhos fixam as mentes e comportamentos
No observatório eles perambulam
Não param um minuto sequer

Alguns se incomodam, outros se exibem
Mas não consigo cancelar
Analiso tudo que há, analiso tudo que não há
Como podem?

Como podem, mesmo.
Conseguem tudo que precisam
Não pedem ajuda a língua
No observatório, informações meus olhos atraem.

Meus olhos
Tão sinceros
Tão inocentes, tão mentirosos
Meu sugador de características, fatores

Fatores que podem ajudar, atrapalhar
Fatores que podem
Fazer você odiar, fazer você amar
Podem, no observatório.


Ramon Dileite.